De repente, o final. Que máximo...Guarde as cartas, esconda a cara e tire do gancho o telefone, que é pra ninguém te ligar. Ninguém não. Ninguém eu. Pra me esquecer faça as malas e viaje de ônibus pra uma cidadezinha qualquer. Conheça uma pessoa qualquer. Dê qualquer abraço e qualquer beijinho. Me corta no meio feio papel de pão que vira seda. Me limpa do seu poro. Esquece de mim. Do meu beijo. Do meu cheiro, do meu veneno você não precisa mais provar. De repente se as coisas tivessem que ser sempre fáceis o amor não teria razão de existir. O amor não é fácil. Dói, corrompe, corrói. Enerva, alucina, assassina. O meu amor pode estar em você. E o seu vai ficar sempre em mim, mas e daí? Oque fazer quando não há mais desejo? Quando você corre pra qualquer lugar pra esquecer do meu beijo. Esquecer... Esquece e vai dar uma volta! Um voltinha qualquer na avenida. Compra um vinho barato, olha feio pra quem me conhece na rua, porque afinal TODOS DEVEM TE APOIAR. Mas pra isso você precisa dar os teus motivos. Eu não quero ser amor no seu peito, mas não quero ser a bala do tambor. A bala do seu amor morto. Eu não quero te matar de ódio e nem precisa sentir saudade. Sim, saudade sinta. Sinta saudade da minha companhia permanente, das frutinhas que comemos voltando do atletismo. Sim, sinta, não há problema algum. Deixe algo silencioso e inexplicável falar por nós. Quando é fim é fim e dói. Mas... é disso mesmo que eu estava falando. A amor dói e pra se dispor ao amor é preciso ser corajoso. É preciso ter coragem pra olhar pro lado, aproximar a pele, dar beijo no rosto, beijo na mão, beijo na boca. Tirar a roupa, fazer amor. Amor é isso. Amor é ir na casa da família dela, sabendo que a irmã me odeia. E daí? Sempre acontece... Os finais são tristes mesmo. Finais sempre tem um quê de amor. Uma pitada de desgosto, um riso jogoso de liberdade na cara de quem terminou. Mas pra terminar também requer coragem. O amor é coragem o tempo todo. É riscar o nome dela na folhinha ao lado do telefone. Arriscar ligar pra falar dos desejos. Se arriscar a tomar um não. A amor maior é eterno. O amor acaso nada é. Nem é amor. Eu juro que quero ter deixado algo em você. Juro que deixou algo de muito valioso em mim. Deixou o sorriso. Deixou as mãos magrinhas, o cheiro gostoso. Deixou a bermuda minha que você usava pra dormir. Deixou a porta aberta pra entrar um outro alguém no seu coração. Bravo. Eu também. Mas eu não quero me prender a ninguém, a não ser à mim mesmo. Eu quero sair sozinho pra avenida... e te encontrar. Você com o olhar feio e eu com o riso jogoso. E a gente se olha, se esbarra, se esnoba. E faz oque? Esquece! A gente tenta esquecer, volta pra casa e tira as cartas da gaveta, mas com a cara escondida e o telefone fora do gancho, que é pra eu não tentar te ligar, porque afinal, eu também tenho que ESQUECER.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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2 comentários:
estou com os olhos ludibriados, amei o texto cara. Parabens.
Achei muito ... muito Porque essas coisa são sempre muito bonitas, muito profundas, muito difíceis, muitos adjetivos. Me lembrou muito uma fase que ainda nâo passou completamente. Gostei.
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